Participantes do Plantando Águas mostram os avanços do projeto à Petrobras

Participantes do Plantando Águas mostram os avanços do projeto à Petrobras

Categoria(s): Arquivo, Plantando Águas

Publicado em 12/07/2019

Nos dias 18 e 19 de junho, agricultores familiares de Piedade, do assentamento Bela Vista do Chibarro, de Araraquara, e educadores do Centro de Educação Ambiental de São Carlos mostraram aos gestores da Petrobras Américo Martins e Dalila Luzorio as diferentes linhas atuação do Plantando Águas. O projeto tem patrocínio da empresa, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, e é realizado pela Iniciativa Verde. As ações se voltam para a proteção da água e adequação ambiental das pequenas propriedades rurais, com instalação de sistemas de saneamento de baixo custo, plantio de sistemas agroflorestais (SAFs) e realização de atividades de educação ambiental. Envolvem diretamente 275 famílias.

“Esse projeto é um presente maravilhoso. Falo de coração”, definiu Argentina dos Santos, agricultora do Bela Vista do Chibarro. Foi em seu lote que o grupo do assentamento se reuniu para conversar sobre o que já foi conquistado, as dificuldades, e para os gestores verem de perto o funcionamento da fossa séptica biodigestora, que trata o esgoto doméstico, e o SAF que está sendo plantado.

Na ocasião, Silvani Silva, da Prefeitura de Araraquara, presenteou os gestores com uma cópia de “Pratos e Prosas”, livro que reúne histórias e receitas dos assentados do Bela Vista do Chibarro. “Desde 2012, quando a gente conheceu o Plantando Águas, em São Carlos, ficamos encantados. E ficamos nos perguntando: como fazer isso num assentamento de cultura tradicional?”, relatou Silvani, se referindo à forma de agricultura convencional, que é a mais utilizada no assentamento. “Mas a gente só faz a ponte. O projeto só está dando certo porque vocês, agricultores, acreditaram”, completou.


Agricultores do assentamento Bela Vista do Chibarro, com a equipe do Plantando Águas, gestores da Petrobras e representantes da Prefeitura de Araraquara

A constatação foi endossada pelos presentes. Muitos mencionaram uma vontade antiga de fazer a recuperação florestal de suas terras, o que, ao encontrar a oportunidade, assistência técnica e insumos trazidos pelo projeto, finalmente pôde se concretizar.

Os participantes também destacaram as ações de saneamento rural. Aline dos Santos conta que desde que conheceu a fossa biodigestora, tinha vontade de ter uma e sua casa. “E achei muito importante a parte da análise de água que foi feita. É um projeto completo, bem elaborado”, elogiou Aline.

Na cidade vizinha de São Carlos, os gestores da Petrobras acompanharam uma visita de crianças do projeto Pequeno Cidadão, da Universidade Federal de São Carlos, ao Centro de Educação Ambiental (CEA) do Sítio São João. O atendimento de estudantes da rede pública foi um dos ganhos que o Plantando Águas trouxe ao CEA. “Ter um recurso para trazer crianças da região, para que elas conheçam, toquem a água que ela tomam lá na casa delas, é uma experiência muito significativa”, afirmou Lucas Beco, monitor do CEA há cerca de três anos. Flávio Marchesin, um dos proprietários do sítio e responsável pelo CEA, acrescenta: “A vantagem que o projeto trouxe foi da credibilidade, da intermediação de parcerias”.


Monitores do CEA falam sobre restauração florestal a estudantes do projeto Pequeno Cidadão

A viagem terminou em Piedade, uma cidade próxima a São Paulo e importante produtora agrícola. Lá a equipe visitou três pequenas propriedades familiares, e pode ver, além das fossas biodigestoras instaladas, o impressionante desenvolvimento dos SAFs plantados pelo projeto. A estratégia foi começar com o plantio de feijão guandu, que serve como adubo verde. As “florestinhas de guandu” já estavam todas maiores do que os agricultores. Além de trazer nutrientes importantes para o desenvolvimento das mudas do SAF - que são de árvores nativas, frutíferas e/ou madeireiras -, o guandu oferece cobertura do solo, protege do sol direto e suas raízes melhoram a infiltração de água no solo.

A participante Maria Chiari já sentiu a diferença na produção de água de sua propriedade. Nessa época do ano, conta, eles já começavam a ter problemas de abastecimento. “Aqui não tem nenhuma nascente, só um poço caipira. E lá para maio, junho, já começava a faltar, a ponto de a gente ter que comprar caminhão uma vez por semana. E alguma coisa já aconteceu, tá? Não é otimismo não, eu sou bastante crítica. Mas alguma coisa aconteceu porque o meu nível de água está se mantendo o mesmo”, relata. Segundo o técnico da região, José Manuel Zago, ainda é cedo para dizer que este é um efeito direto do Plantando Águas, mas o guandu - e, futuramente, o SAF - de fato protegem o solo, contribuindo para a recarga do lençol freático e melhorando o acesso a este recurso essencial à vida.


As flores do feijão guandu, usado como adubo verde nos SAFs, atraem abelhas nativas em Piedade

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