Equipe da Iniciativa Verde reunida no evento A Restaração no Clima da COP. Set. de 2025. Foto: Unibes Cultural
O ano de 2025 foi marcado por desafios climáticos, mas também por respostas firmes e coletivas. Para a Iniciativa Verde, este ano representou um marco duplo: duas décadas de atuação ininterrupta e a consolidação de um modelo de trabalho que integra restauração florestal, geração de renda e fortalecimento comunitário. No cenário de emergência climática, seguimos na linha de frente, transformando áreas degradadas em corredores de vida, com olhos para o futuro.
Da Semente à Floresta: Resultados que inspiram
Nossas ações em 2025 começaram com o pé direito. Já em janeiro, o monitoramento do projeto Sorocaba I revelou a rápida germinação de mais de 15 espécies nativas, um sinal promissor do potencial da semeadura direta. Esse cuidado com cada detalhe técnico se refletiu em conquistas de escala: apenas no primeiro semestre, finalizamos a restauração de 115 hectares na Estação Ecológica de Barreiro Rico, em Anhembi (SP), um projeto emblemático que combinou esforços do poder público, comunidades e nossa rede de parceiros.
Falando em números, este ano foi prolífico em projetos de restauração tanto voluntários quanto de compensações ambientais. Foram cerca de 116 hectares pelo Programa Nascentes, mais de 23 mil árvores plantadas pelo Carbon Free e quase 9 mil árvores pelo Amigo da Floresta.
No Vale do Ribeira, seguimos fortalecendo a cadeia da restauração. Viveiristas locais, muitos deles mulheres quilombolas, participaram de capacitações inéditas, como o curso de enxertia de araucária para produção de pinhão, realizado em parceria com a Embrapa Florestas. Essa iniciativa não só apoia a conservação de uma espécie ameaçada, como abre novas frentes de renda para comunidades tradicionais. Ao mesmo tempo, no XI Seminário do Projeto SAF Juçara destacou como a palmeira nativa pode ser o eixo de sistemas agroflorestais que conciliam produção, restauração e fixação de carbono.
Prevenção, Resiliência e uma Voz na COP30
Este ano também nos ensinou que restaurar também é proteger. Em Piracicaba (SP), a abertura estratégica de um aceiro emergencial salvou 32 hectares de uma área em restauro de um grande incêndio florestal. Essa ação, fruto de planejamento e parceria com o Instituto Pró-Terra, mostrou que a prevenção é tão vital quanto o plantio. O tema ganhou ainda mais relevância com o workshop “Ibicatu Comunidade Resiliente ao Fogo”, que uniu moradores, brigadistas e governo em um pacto pela prevenção.
Nossa voz também ecoou além das áreas de plantio. No evento “A Restauração no Clima da COP”, em São Paulo, e especialmente na COP30, em Belém, impulsionamos uma mensagem clara: não há solução para a crise climática sem a restauração de biomas degradados como a mata atlântica. Defender essa agenda global, ao lado de parceiros como a Envolverde e as redes de ONGs, foi um passo importante para pautar a restauração não como um custo, mas como um investimento fundamental para o futuro do país.
Olhando para 2026: Novas Parcerias e Mais Florestas
Encerramos o ano com a perspectiva de novas ferramentas a serviço da floresta. As discussões com a BB Seguros e o Governo de São Paulo sobre o “Seguro Floresta” abrem caminho para proteger investimentos de longo prazo contra riscos como incêndios. E, retomando nossas raízes comunitárias, iniciamos um novo projeto de 140 hectares no Assentamento Bela Vista do Chibarro, em Araraquara (SP), onde a restauração andará de mãos dadas com a agrofloresta e a educação ambiental.
Em 2025, mais do que nunca, ficou claro que a força da Iniciativa Verde está na teia de parcerias que construímos ao longo de duas décadas — com produtores rurais, comunidades tradicionais, governos, empresas e instituições de pesquisa. Cada árvore plantada, cada hectare restaurado, cada curso ministrado é fruto desse trabalho coletivo.
E para encerrar esse período com chave de ouro, a organização foi promovida a Unidade Regional do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, tendo como responsabilidade agora articular atores locais, apoiar e desenvolver projetos de restauração florestal, disseminar metodologias e boas práticas, além de contribuir para o monitoramento de resultados e a mobilização de parcerias e recursos alinhados às diretrizes do Pacto.
Agradecemos a todos que caminharam conosco e reafirmamos: seguiremos plantando, restaurando e acreditando que um futuro mais verde, justo e resiliente é possível. Boas festas e um 2026 repleto de novas sementes!