Em um movimento para fortalecer a proteção de investimentos em restauração ecológica, a BB Seguros, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Semil/SP) e a Iniciativa Verde reuniram-se nesta quinta-feira na sede da Semil/SP. O encontro teve como foco o Seguro Florestas de Preservação, um produto do Banco do Brasil, com o objetivo de alinhar diretrizes e discutir oportunidades de colaboração para ampliar a adoção desse mecanismo de proteção para projetos de restauração florestal.

A reunião contou com a presença de Aline Milani, Gestora do Seguro Florestas de Preservação da BB Seguros, do Subsecretário Jônatas Trindade (Semil/SP) e de representantes da Iniciativa Verde. O mecanismo surge em um momento estratégico para o setor, quando a restauração de florestas é reconhecida como um ramo promissor da bioeconomia.

O Seguro Florestas de Preservação atua como uma ferramenta financeira para mitigar riscos associados a projetos de longo prazo de recuperação de vegetação nativa. Esse tipo de instrumento ganha importância diante do compromisso assumido pelo Brasil no Acordo de Paris de restaurar 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030 – uma meta que, até o momento, teve cerca de 150 mil hectares incorporados em projetos de restauração entre 2022 e 2024*.

A participação da Semil/SP no diálogo reforça a atuação do estado de São Paulo, que é um dos líderes em área restaurada no país. A Secretaria recentemente participou do lançamento do Programa de Carbono em Unidades de Conservação, demonstrando o interesse do governo estadual em mecanismos financeiros inovadores para a agenda ambiental.

Para a Iniciativa Verde, que possui vasta experiência na implementação de projetos de restauro, a discussão representa um avanço na busca por segurança jurídica e financeira para seus projetos. A proteção por seguro pode cobrir eventos imprevistos que ameacem o sucesso e a perpetuidade dos plantios, agregando uma camada essencial de resiliência aos projetos.

O interesse da BB Seguros em fomentar esse produto sinaliza uma tendência do setor financeiro em reconhecer e apoiar o potencial econômico da bioeconomia florestal. Estudos apontam que atingir a meta de restauração do país pode resultar em ganhos ambientais e na geração de mais de R$ 770 bilhões em receitas líquidas.

Esta reunião preparatória pode ser o primeiro passo para a estruturação de uma parceria que deve ampliar significativamente o escopo de proteção dos projetos de restauração florestal em São Paulo, servindo potencialmente como modelo para outros estados.