XIII Seminário de Frutos da Mata Atlântica retorna em 13ᵃ edição

XIII Seminário de Frutos da Mata Atlântica retorna em 13ᵃ edição

Categoria(s): Vale do Ribeira, Eventos

Publicado em 18/11/2024

O  Seminário de Frutos da Mata Atlântica, organizado pelo Instituto de Pesquisas Ambientais do Estado de São Paulo (IPA), reforça anualmente a discussão sobre a produção e o potencial de mercado de nossas frutas nativas. E o palco do evento não é o Vale do Ribeira por acaso, pois a região possui o maior remanescente de mata atlântica do Brasil.

Luís Alberto Bucci, coordenador do evento, destacou: "O objetivo desse evento é divulgar essa grande biodiversidade através do conhecimento e da divulgação desses trabalhos científicos feitos com essas frutas de pouco conhecimento público ainda." A iniciativa visa não apenas a preservação das espécies, mas também a promoção de um mercado sustentável que valorize os produtos locais.

Produtos da mata atlântica

A parte de palestras do Seminário foi transmitida ao vivo pelo canal da Iniciativa Verde e está disponível aqui. Roberto Resende, presidente da Iniciativa Verde, deu destaque para o projeto Restaura Ribeira - Fundação Banco do Brasil. Este conjunto de ações da Iniciativa Verde busca potencializar viveiros e a inclusão socioprodutiva de frutas nativas no Vale do Ribeira. Para tanto, são feitas implantações de pomares, oficinas e intercâmbio de viveiristas.

O encontro contou também com a exposição de produtos feitos a partir das frutas nativas, como geleias nutritivas e saborosas. O jatobá, por exemplo, pode ser utilizado na produção de bolos deliciosos. A diversidade de produtos apresentados mostrou o potencial gastronômico das frutas nativas, que podem ser incorporadas em diversas receitas, desde doces até pratos salgados.

"O meu trabalho é mais voltado para a utilização interina do fruto jatobá", explica Édipo dos Santos, chefe de cozinha. "Então, utiliza o jatobá em toda a cadeia alimentar, até na produção da panificação, na confeitaria, na produção de pratos salgados. E mostrando a versatilidade do fruto, o sabor característico, o aroma característico e a capacidade de nutrir", comenta o chefe. Essa abordagem não só valoriza a biodiversidade local, mas também incentiva a economia regional por meio da gastronomia.

Visita ao Pomar de Frutas Nativas

A programação do seminário incluiu uma visita de campo ao primeiro Pomar de Frutíferas da Mata Atlântica, implantado na Unesp de Registro. A área, criada há três anos, conta com 13 espécies nativas, como cajamirim, jussara e cambuci. A visita permitiu aos participantes conhecerem de perto as espécies e entenderem melhor suas características e benefícios.

"Essa é a cereja do rio grande. Ela é uma das frutíferas da Mata Atlântica. Algumas delas estão na lista das ameaçadas de extinção e, além da beleza, ela tem várias propriedades para serem utilizadas na culinária, como fazer geléia, suco e além de nutritiva, elas têm um potencial antioxidante", destacou Alcivania Silva, professora da Unesp Registro. A preservação dessas espécies é crucial não apenas para a biodiversidade, mas também para a saúde humana, devido às suas propriedades nutricionais e medicinais.

O pomar foi formado com doação de sementes da comunidade e a visita contou com representantes de uma agência de fomento econômico do governo japonês, a Abjica, que financia projetos no mundo todo. Essa colaboração internacional destaca a importância global da preservação da mata atlântica e o potencial de suas frutas nativas no mercado mundial. 

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