Árvores do "Cidades e Soluções": bastidores da neutralização de carbono do programa – Acervo: 30/11/2008

Árvores do "Cidades e Soluções": bastidores da neutralização de carbono do programa – Acervo: 30/11/2008

Categoria(s): Arquivo

Publicado em 27/02/2014

Publicado originalmente em 27/11/08 no blog do Cidades e Soluções.

O “Cidades e Soluções” é o primeiro programa neutro em carbono da televisão brasileira. O repórter Fábio Ventura vai mostrar no próximo domingo, às 21h30, o local exato onde são plantadas as mudas de árvores que tornam isso possível. Desde o início de 2007, as emissões de gases estufa de cada edição são compensadas com o plantio de mudas de espécies nativas de mata atlântica. Até o final deste ano serão plantadas 996 árvores em matas ciliares – nas margens dos rios – no município de São Carlos (SP), gerando inúmeros benefícios na região.

Flávio Marchesin não é jornalista. Mesmo assim, se tornou um dos colaboradores mais importantes do Cidades e Soluções. No sítio dele, está o compromisso ambiental. Lá foram plantadas as árvores responsáveis pela compensação de carbono emitido pelo programa.

A pequena floresta deu vida às margens do Ribeirão do Feijão que serpenteia a propriedade e diminuiu o risco de assoreamento. O rio abastece 40% da cidade de São Carlos, que tem aproximadamente 230 mil habitantes.

Flávio utiliza essa mesma água para irrigar as hortas. Água mais limpa se traduz em produção mais saudável, em mais mercado, em mais renda para o produtor. Com o plantio, ele também resolveu o passivo ambiental que tinha na propriedade. São muitos benefícios. O que mais o orgulha é saber que o sítio se tornou endereço de conscientização. Crianças de todas as idades vão conhecer o projeto e se tornam agentes de mudança.

Como bom homem do campo, Flávio tem a prosa fácil, porém sem baixar a guarda nos primeiros minutos de contato. Confesso que contribuí para a desconfiança. Como estava bastante interessado no assunto, fiz muitas perguntas em pouco tempo, o que foi interpretado como falta de informação sobre o tema. Descobri isso de uma maneira inusitada. Logo no início da reportagem, já colocamos o microfone sem fio no produtor rural. Ele esqueceu que estava ligado e ao se distanciar um pouco da equipe de reportagem fez um comentário. “Poderia ter sido mandado um repórter que entendesse mais de meio ambiente”, disse ele ao representante da organização Iniciativa Verde. Não contamos a ele que o microfone estava ligado para não deixá-lo sem graça nem ficarmos sem graça. Afinal, parecia que eu e o repórter cinematográfico Wilson Aielo estávamos ouvindo uma conversa alheia, quando na verdade ela chegava a nós pelas ondas sonoras.

Como pode ser visto na reportagem, a desconfiança foi diluída em pouco tempo e ele entendeu melhor o meu papel. O resultado: depoimentos ricos em informação e em emoção. Ele deve ter tido o mesmo sentimento desconfiado quando ficou sabendo que poderia ser remunerado para plantar árvores. A mesma saudável desconfiança que quando superada se transforma em compromissos sérios. E o dele em cultivar sustentabilidade já está mais firme do que madeira de carvalho.