Viveiros de mudas nativas no Vale do Ribeira recebem apoio da Iniciativa Verde

Viveiros de mudas nativas no Vale do Ribeira recebem apoio da Iniciativa Verde

Categoria(s): Arquivo

Publicado em 31/08/2022

Contribuir para a cadeia de restauração florestal é a principal missão da Iniciativa Verde. Neste sentido, entre as diversas frentes de atuação no Vale do Ribeira, a organização vem desenvolvendo um projeto de fomento a viveiros de mudas nativas na região, o que tem ajudado a reverter atrasos e perdas ocasionadas pela pandemia e pela crise econômica.

Viveiro de mudas do seu Francisco. Vale do Ribeira, jul. de 2022

Iniciadas em outubro de 2021, a ações contam com recursos do FEHIDRO (Fundo Estadual de Recursos Hídricos) e vêm oferecendo assistência técnica e insumos para viveiros participantes da Rede de Viveiros do Vale do Ribeira, organização cadastrada no Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil. Além disso, a região em questão contém o maior remanescente contínuo de Mata Atlântica do Brasil e guarda um enorme potencial de geração de renda sustentável, aliada à floresta em pé e seus produtos.

Como todos, agricultores – em sua maioria familiares e membros de comunidades tradicionais – foram prejudicados pela pandemia. “Com essa crise alguns estavam literalmente vendendo o almoço para comprar a janta”, conta Alcivania Silva, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Registro, parceira do projeto.

Oficina de compostagem. Vale do Ribeira, jul. de 2022

Alcivania acompanha a Rede de Viveiros desde a formalização, em 2011, fruto de outro projeto como este. Na época, foram realizadas capacitações para os viveiristas, sempre com a intenção de profissionalizar a atividade, muitas vezes apenas complementar à agricultura. A expectativa é de poder tornar a produção de mudas no Vale do Ribeira mais consistente, uma possibilidade de renda principal, e não apenas secundária, e com isso conseguir atender a maiores demandas.

Muda do viveiro de seu Joaquim. Vale do Ribeira, jul. 2022

Foi justamente o desencontro entre a demanda por mudas e sementes nativas e a baixa produção na região que motivou a criação da Rede. É algo que ainda está se estruturando, conta Artur Dalton, engenheiro florestal contratado pelo projeto para visitar os viveiros e prestar assistência técnica.  
Um dos objetivos do trabalho é auxiliar nessas articulações, para que os produtores, em conjunto, consigam atender grandes pedidos de empresas e instituições, como a própria Iniciativa Verde. “Os viveiristas, principalmente os comunitários, tem uma parceria forte com a Iniciativa Verde, confiam muito nela, e essa parceria tem contribuído pra eles aumentarem renda, a produção, a terem mais esperança”, relata Artur.

Muda do viveiro da dona Irene. Vale do Ribeira, abril de 2022.

O engenheiro ainda ressalta a importância do projeto para formalização da atividade dos viveiristas. Para que eles possam comercializar com empresas privadas e do terceiro setor é necessário ter o Renasem (Registro Nacional de Sementes e Mudas). Antes do projeto, apenas 3 viveiros da Rede estavam registrados, agora são 14.

Para a Iniciativa Verde, o projeto é um exemplo de como a aliança entre políticas públicas bem aplicadas e universidades públicas junto ao terceiro setor podem gerar conhecimento e renda, capacitando pequenos agricultores e quilombolas, em prol da preservação e restauração das florestas. 

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