A Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE) promove a cada dois anos a Conferência Brasileira de Restauração Ecológica que, este ano, ocorreu em Vitória. A realização do evento no estado do Espírito Santo teve como intuito principal divulgar o Programa Reflorestar, que desde 2011 vem apoiando mais de 4 mil produtores rurais a restaurar parte de suas propriedades, gerando renda e serviços ecossistêmicos.

Ao encontro da COP 27 e a Década da Restauração Estabelecida pela ONU, a Conferência teve como tema a Restauração Multifuncional e Mudanças Climáticas, o assunto foi abordado em forma de palestras, minicursos, trabalhos expostos em forma de painéis e plenárias.

Equipe da Iniciativa Verde na IV Conferência Brasileira de Restauração Ecológica da SOBRE 2022

Nessa conferência foi amplamente discutida a importância de restaurar ecossistemas não florestais, como o caso de algumas fitofisionomias de cerrado, campos, dentre outros. Além de restauras esses ecossistemas, a Conferência alertou sobre a importância de não plantar florestas em áreas que originalmente eram compostas por ambientes abertos.

A multifuncionalidade na restauração e exploração sustentável de ecossistemas foram muito abordadas ao longo do evento. Houve muitas falas sobre Sistemas Agroflorestais, exploração de recursos florestais, coleta de sementes, criação bovina em áreas de campos nativos, exploração de madeira nativa, dentre outras.

Roberto Resende, presidente da Iniciativa Verde, em simpósio sobre sistemas agroflorestais promovido pelos parceiros Agroicone e Caminhos da Semente

A plenária sobre monitoramento de áreas restauradas gerou grande interesse dentre os participantes, principalmente o monitoramento com auxílio sensoriamento remoto, sobretudo com imagens de satélite e VANT, onde foram abordas técnicas de coleta de dados, tratamento e interpretação dos dados.

A pauta ambiental foi abordada na plenária principal, em que foram expostos dados levantados pelo IPCC no último relatório de avaliação (AR6) e discussões que ocorreram na COP27. As discussões voltadas aos créditos de carbono foram bem marcantes ao longo do evento, sendo bastante discutido o sequestro de carbono por ecossistemas abertos e sua importância no sequestro de carbono.

Da esquerda para a direita, Bruno Amaral, analista ambiental, Jeferson Cabral, assistente ambiental, Pablo Lastra, analista ambiental, e Samuel Cortez, analista ambiental, com banners científicos

De forma geral, a IV Conferência Brasileira de Restauração Ecológica trouxe discussões pertinentes sobre restauração multifuncional de ecossistemas e mudanças climáticas, além de técnicas inovadoras para restauração de ecossistemas abertos. A participação heterogênea tornou as discussões mais enriquecedoras, uma vez que estavam presentes viveiristas, pesquisadores, empresas restauradoras, ONGs, dentre outros.