Conheça seis modelos de Sistemas Agroflorestais que promovem uso sustentável do solo

Conheça seis modelos de Sistemas Agroflorestais que promovem uso sustentável do solo

Categoria(s): Plantando Águas, Vale do Ribeira, Sistemas Agroflorestais

Publicado em 13/04/2018

O representante da FAO (braço da ONU para a alimentação) no Brasil, Alan Bojanic, disse em evento recente que o país tem “boas práticas na área de conservação de solos, mas é preciso divulgá-las ainda mais entre os agricultores”. Seguindo sua recomendação, destacamos para o Dia Nacional da Conservação do Solo (15/4) alguns modelos de Sistemas Agroflorestais (SAFs) que são implantados em projetos da Iniciativa Verde, como o Plantando Águas e o Carbon Free Amazônia.

Os SAFs são formas de uso da terra e de produção que reúnem, no mesmo espaço, espécies agrícolas (agro), arbóreas (florestais) e animais. Todos são manejados em conjunto em um mesmo local, de acordo com os objetivos do agricultor. O aumento da ciclagem de nutrientes, a produção de biomassa, a diversificação de espécies e de grupos funcionais e a sucessão ecológica são alguns dos princípios do SAF.
Ele pode ser montado de diversas formas. Veja abaixo alguns exemplos, e acesse nossa página de publicações para baixar a cartilha “Desenvolvimento rural sustentável: Agroecologia e Sistemas Agroflorestais”, que dá dicas de como aplicá-lo.

Quintais agroflorestais
Estes visam diretamente o consumo da família. Por isso, normalmente, o grupo de plantas que faz parte dos quintais agroflorestais é diverso: ervas usadas como temperos, plantas medicinais; plantas olerícolas (de horta), como couve, taioba, milho e mandioca; e espécies tardias, como frutíferas, palmito e lenha. Além disso, nos quintais muitas vezes existem espécies utilizadas unicamente com a função ornamental ou de gerar sombra.

Pomares agroflorestais
São sistemas de cultivos perenes semelhantes a pomares. A diferença está em conterem espécies com funções produtivas e outras com funções ecológicas, fornecendo sombreamento e reciclagem de nutrientes. Podem ter as espécies “carros-chefes”, ou seja, presentes em maior quantidade, visando à produção comercial.

Sistemas silvipastoris
Espécies arbóreas, culturas agrícolas e animais podem ser integradas nos sistemas silvipastoris (árvores e pasto) e agrossilvipastoris (agricultura, árvores e pasto).
Há diversas formas de fazer essa integração, que podem ser:
• o uso de árvores para a divisão de piquetes no pasto, ou o plantio de faixas ou espalhadas no pasto, para dar sombra e alimento aos animais e ajudar na recuperação do solo;
• a integração da criação de animais em áreas de cultivos perenes de porte grande e espaçamento largo;
• o uso de algumas espécies de árvores como alimento para os animais;
• o plantio de espécies que alimentam as abelhas (o pasto apícola).

Aleias
É uma prática agroflorestal bem simples, que consiste no plantio de linhas de árvores em faixas, em um espaçamento que permita o cultivo de culturas anuais, de forma mecanizada, entre as faixas. Os objetivos principais são: melhorar a fertilidade do solo com baixo custo, com a poda das árvores servindo para adubar a terra; criar abrigo para predadores naturais de pragas; e “quebrar” o vento.

Quebra-ventos
Mesmo com pouca mudança na forma de trabalhar a terra, traz vantagens para o agroecossistema por impedir a ação de ventos excessivos que roubam a umidade do solo e das plantas e que trazem doenças para a lavoura. Os quebra-ventos podem incluir outros elementos produtivos, como madeiras, frutas, forragem e pasto apícola.
Para instalar um quebra-vento, deve-se primeiro identificar a face onde o vento predomina e plantar pelo menos duas faixas de árvores de diferentes alturas, para aumentar o efeito de proteção.
Em propriedades em transição agroecológica, os quebra-ventos devem isolar a propriedade também de vizinhos que aplicam agrotóxicos em suas terras.

Ilustrações: Patrícia Yamamoto

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